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terça-feira, 30 de novembro de 2010

UNICEF - Por uma infância sem racismo





A campanha


A discriminação racial persiste no cotidiano das crianças brasileiras e se reflete nos números da desigualdade entre negros, indígenas e brancos.
Com a campanha Por uma infância sem racismo, o UNICEF e seus parceiros fazem um alerta à sociedade sobre os impactos do racismo na infância e adolescência e sobre a necessidade de uma mobilização social que assegure o respeito e a igualdade étnico-racial desde a infância.
Baseada na ideia de ação em rede, a campanha convida pessoas, organizações e governos a garantir direitos de cada criança e de cada adolescente no Brasil.

http://www.infanciasemracismo.org.br/

O ministro X-9 - por Leandro Fortes


Aí, eu disse para o embaixador: "Esse Samuel é uma cobra!"

Uma informação incrível, revelada graças às inconfidências do Wikileaks, circula ainda impunemente pela equipe de transição da presidente eleita Dilma Rousseff: o ministro da Defesa, Nelson Jobim, costumava almoçar com o ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil Clifford Sobel para falar mal da diplomacia brasileira e passar informes variados. Para agradar o interlocutor e se mostrar como aliado preferencial dentro do governo Lula, Jobim, ministro de Estado, menosprezava o Itamaraty, apresentado como cidadela antiamericana, e denunciava um colega de governo, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, como militante antiyankee. Segundo o relato produzido por Clifford Sobel, divulgado pelo Wikileaks, Jobim disse que Guimarães “odeia os EUA” e trabalha para “criar problemas” na relação entre os dois países.
Para quem não sabe, Samuel Pinheiro Guimarães, vice-chanceler do Brasil na época em que Jobim participava de convescotes na embaixada americana em Brasília, é o atual ministro-chefe da Secretaria Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE). O Ministério da Defesa e a SAE são corresponsáveis pela Estratégia Nacional de Defesa , um documento de Estado montado por Jobim e pelo antecessor de Samuel Guimarães, o advogado Mangabeira Unger – com quem, aliás, Jobim parecia se dar muito bem. Talvez porque Unger, professor em Harvard, é quase um americano, com sotaque e tudo.

Após a divulgação dos telegramas de Sobel ao Departamento de Estado dos EUA, Jobim foi obrigado a se pronunciar a respeito. Em nota oficial, admitiu que realmente “em algum momento” (qual?) conversou sobre Pinheiro com o embaixador americano, mas, na oportunidade, afirma tê-lo mencionado “com respeito”. Para Jobim, o ministro da SAE é “um nacionalista, um homem que ama profundamente o Brasil”, e que Sobel o interpretou mal. Como a chefe do Departamento de Estado dos EUA, Hillary Clinton, decretou silêncio mundial sobre o tema e iniciou uma cruzada contra o Wikileaks, é bem provável que ainda vamos demorar um bocado até ouvir a versão de Mr. Sobel sobre o verdadeiro teor das conversas com Jobim. Por ora, temos apenas a certeza, confirmada pelo ministro brasileiro, de que elas ocorreram “em algum momento”.

Mais adiante, em outro informe recolhido no WikiLeaks, descobrimos que o solícito Nelson Jobim outra vez atuou como diligente informante do embaixador Sobel para tratar da saúde de um notório desafeto dos EUA na América do Sul, o presidente da Bolívia, Evo Morales. Por meio de Jobim, o embaixador Sobel foi informado que Morales teria um “grave tumor” localizado na cabeça. Jobim soube da novidade em 15 de janeiro de 2009, durante uma reunião realizada em La Paz, onde esteve com o presidente Lula. Uma semana depois, em 22 de janeiro, Sobel telegrafava ao Departamento de Estado, em Washington, exultante com a fofoca.

No despacho, Sobel revela que Jobim foi além do simples papel de informante. Teceu, por assim dizer, considerações altamente pertinentes. Jobim revelou ao embaixador americano que Lula tinha oferecido a Morales exame e tratamento em um hospital em São Paulo. A oferta, revela Sobel no telegrama a Washington, com base nas informações de Jobim, acabou protelada porque a Bolívia passava por um “delicado momento político”, o referendo, realizado em 25 de janeiro do ano passado, que aprovou a nova Constituição do país. “O tumor poderia explicar por que Morales demonstrou estar desconcentrado nessa e em outras reuniões recentes”, avisou Jobim, segundo o amigo embaixador.
Não por outra razão, Nelson Jobim é classificado pelo embaixador Clifford Sobel como “talvez um dos mais confiáveis líderes no Brasil”. Não é difícil, à luz do Wikileaks, compreender tamanha admiração. Resta saber se, depois da divulgação desses telegramas, a presidente eleita Dilma Rousseff ainda terá argumentos para manter Jobim na pasta da Defesa, mesmo que por indicação de Lula.

Há outros e piores precedentes em questão.

Jobim está no centro da farsa que derrubou o delegado Paulo Lacerda da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), acusado de grampear o ministro Gilmar Mendes, do STF. Jobim apresentou a Lula provas falsas da existência de equipamentos de escutas que teriam sido usados por Lacerda para investigar Mendes. Foi desmentido pelo Exército. Mas, incrivelmente, continuou no cargo. Em seguida, Jobim deu guarida aos comandantes das forças armadas e ameaçou renunciar ao cargo junto com eles caso o governo mantivesse no texto do Plano Nacional de Direitos Humanos a idéia (!) da instalação da Comissão da Verdade para investigar as torturas e os assassinatos durante a ditadura militar. Lula cedeu à chantagem e manteve Jobim no cargo.

Agora, Nelson Jobim, ministro da Defesa do Brasil, foi pego servindo de informante da Embaixada dos Estados Unidos. Isso depois de Lula ter consolidado, à custa de enorme esforço do Itamaraty e da diplomacia brasileira, uma imagem internacional independente e corajosa, justamente em contraponto à política anterior, formalizada no governo FHC, de absoluta subserviência aos interesses dos EUA.

Foi preciso oito anos para o país se livrar da imagem infame do ex-ministro das Relações Exteriores Celso Lafer tirando os sapatos no aeroporto de Miami, em dezembro de 2002, para ser revistado por seguranças americanos.
De certa forma, os telegramas de Clifford Sobel nos deixaram, outra vez, descalços no quintal do império.

#30 anos sem Cartola




Nós Dois (Cartola)

Está chegando o momento
De irmos pro altar
Nós dois
Mas antes da cerimônia
Devemos pensar em depois
Terminam nossas aventuras

Chega de tanta procura
Nenhum de nós deve ter
Mais alguma ilusão
Devemos trocar idéias
E mudarmos de idéias
Nós dois
E se assim procedermos
Seremos felizes depois
Nada mais nos interessa
Sejamos indiferentes
Só nós dois, apenas dois,
Eternamente

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Carregando os bares nos peitos





Esta camiseta é do Bar Vinicius, fica em Ipanema, Rio, no cruzamento do Prudente com o Imprudente de Morais. Ano 2000.



Esta é do Bar Brasília, de autoria do Ziraldo. Este bar interessante fica em ...Brasília. Na asa Sul


Havana - Cuba


Foto de um quadro no Museu da Revolução em Havana, Cuba. Esta foto é minha e é de 2005.

Roberto Arruda - O cover oficial do Rei

Implico com as colunas ditas sociais. Leio o jornal O POVO, reclamo e falo mal delas. Uma promove a familia, outra promove seu estabelecimento comercial, aquela as "celebridades". Tem um rapaz que tem quase um tabloide inteiro. Entendo. O povo gosta deste tipo de "jornalismo" e o jornal é uma mercadoria no mercado consumidor.

Mas, prá alguma coisa elas servem e até informam. Numa delas encontrei sábado (27 de novembro de 2010) a seguinte nota:

"2. COMECINHO desta noite (às 6), Roberto Arruda, cover de Roberto Carlos, lança seu CD, interpretando grandes hits -de 1960 até Emoções-, momento de show, na Praça Central da Cidade 2000, juntando covers de Tim Maia, Elvis Presley, Waldick Soriano e Michael Jackson."

 Informado pela colunista fui pra praça central da Cidade 2000. (Conjunto residencial da década de 70, projetado pela arquiteto Rogério Froes, hoje nome de colégio. Casas geminadas, ruas com nomes de flores, praças, igreja a 2000 parece uma cidade do interior, hoje cercada pela "modernidade" do Cocó.)

Embora fosse prometido "Michael Jackson", "Waldick Soriano" e "Elvis", só apareceu por lá Guilherme Silva, a banda No Stess e "Tim Maia", como sempre muito bom.

Após os convidados "Roberto" entra em cena. Começa com Emoções e segue cantando vários sucessos. A boa caipirinha da Barraca do Alcides, o suporte do Bar do Mesquita e do Bar dos Otários, garantiram a noite. Bom programa de sábado à noite.

Óbvio que para esse tipo de programa tenho pouquíssimos seguidores.





 Contatos para shows de Roberto Aruuda - o cover oficial do Rei: 85.91225085 e 85.87670902

Um novo paradigma de comunicação

No Rio de Janeiro, nasce um novo paradigma de comunicação

Francisco Viana
De São Paulo

Na guerra contra os traficantes no Rio de Janeiro, um fato salta aos olhos: as autoridades deram o tom do noticiário. Se revelaram preparadas para tratar a informação como ativo público, isto é, com responsabilidade social, e, desta forma, transmitiram confiança e segurança à população. Nota-se claramente que há integração entre as polícias e que a comunicação faz parte da estratégia de enfrentamento.
De um modo geral, os entrevistados se comportam de maneira impecável, trabalhando com fatos, revelando integração. Enfim, têm demonstrado uma peculiaridade geralmente esquecida: quem está preparado para lidar com a mídia informa melhor, ocupa espaços valiosos, neutraliza o espetáculo mediático. Ou, o tratamento da notícia como ativo privado.
Esse é o caminho seguro para lidar corretamente com a imprensa. É assim que se neutraliza - ou se põe limites, na prática - no comportamento espetaculoso do noticiário. É muito difícil fazer espetáculo quando as fontes da produção jornalística, no caso as autoridades, estão bem preparadas, não caindo nas artimanhas de um jornalismo míope de visão social.
Por que merece tanta importância o modo com que as autoridades cariocas estão tratando o tema da comunicação num episódio de tamanha relevância? Resposta: lança as sementes de um novo paradigma para a segurança em todo o país. O noticiário policial hoje se espelha, na sua imagem síntese, um grande espetáculo. Mocinho contra bandido. Como se fosse um filme de ficção, trabalhado com imagens fortes: tiroteios, população apavorada, autoridades impotentes. O retrato do caos. Ou, uma exploração sistemática do tema da violência urbana, onde o que vale é explorar a sensação de insegurança, não a contribuição efetiva para superar os problemas.
Não por acaso as chamadas espetaculares se sucedem quando há episódios como o do Rio de Janeiro e as notícias se sucedem em blocos, como se fizessem parte de um seriado. O drama social é retratado como roteiro de filme.
Há razões para que a ficção venha se misturando com a realidade. O nosso modelo de jornalismo envelheceu. Foi superado pela sabedoria das multidões. Na medida em que não discute com a sociedade o sentido da produção jornalística e resiste em explicar o significado do chamado critério jornalístico de seleção do noticiário, passa a imperar o isolamento. A sensação é de proximidade. Mas a realidade é feita da matéria prima do estranhamento.
Entrincheirada na defesa de uma liberdade ilimitada, a imprensa esquece (ou faz de conta que esquece), que toda liberdade ilimitada implica na opressão do mais forte sobre o mais fraco. E desencadeia um antagonismo cada vez profundo com a coletividade.
Isto porque o conceito de produção jornalística tem se confundido com o escândalo e o espetáculo. Em casos como o que hoje se vive no Rio de Janeiro, o antagonismo é claro. De um lado o poder público, estruturou-se para tratar a notícia como ativo público. De outro, a mídia, propensa a açular o lado espetaculoso do episódio. A postura comunicacional das autoridades neutralizou tal tendência. Ou seja, permitiu que se utilizassem os espaços construtivamente.
Mas a regra ainda é o tratamento do noticiário como ativo privado. Predomina a sedução da notícia a qualquer preço, o talante frívolo do habitual excesso de informação pela informação. Assim, é comum que os dramas da segurança sejam acondicionados como mercadoria, não no invólucro que realmente exige: um drama de profundo significado humano.
O espetáculo corrompe o real papel da mídia - informar, formar, reduzir tensões, apontar caminhos. E isto constitui uma dialética que se volta contra a própria mídia: corrói a confiança que deveria inspirar, transmite intranquilidade em lugar de tranquilidade. Desperta a consciência da população para o que está por trás da notícia. É isto que está acontecendo. Isto explica, por outro lado, porque governos como o do Rio de Janeiro estão investindo em comunicação, formando seus porta-vozes para ocupar espaços na mídia de maneira coerente.
É uma forma positiva de agir: controlar o que pode ser controlado. Ou seja, as mensagens, a qualidade da informação.
Na realidade, o que está em questão não é a liberdade de expressão ou a liberdade de imprensa. O que não falta na sociedade brasileira é liberdade. E havendo liberdade na sociedade a liberdade de imprensa viceja naturalmente. Porque não existe a liberdade de imprensa. Existe, sim, a liberdade da sociedade.
Os critérios jornalísticos estão sob questionamento porque visam mais o lucro do que o benefício da sociedade. Visam mais os interesses comerciais e políticos do que a construção de uma sociedade justa e solidária. Busca-se multiplicar audiências, não multiplicar o conhecimento das multidões. A notícia tem reproduzido a lógica do capital ao se multiplicar incessantemente, seja qual for o tema, na promoção do espetáculo, sem levar em conta o interesse público. A espetacularização do noticiário, portanto, é um processo secundário. O econômico é que justifica a reação ao questionamento social do papel da mídia.
O dado novo é que a sociedade está se mobilizando. Cada vez mais as organizações públicas e privadas estão investindo na preparação de seus profissionais para lidar com a mídia. Há um processo autenticamente democrático em curso. E esse processo vai chegar a exigir que a mídia comercial dedique idêntico espaço a fontes com pensamentos diversos, permitindo, de fato ao leitor formar uma opinião, avaliar de verdade a realidade.
Pergunta: se há controle sobre todos os poderes constituídos e todas as organizações sociais, da FIESP ao MST, porque só a mídia brasileira pode pairar acima do bem e do mal? Seria a mídia isenta? Exerceria ela o papel do demiurgo, a divindade fundadora da nova sociedade brasileira? Não, claro que não. O tempo em que o poder no Brasil era reservado aos chamados sábios, a uma elite que se autopredestinada, passou. Felizmente.
A última eleição presidencial triturou o que ainda sobrava dessa ideia. O Brasil é outro. E se destaca por uma sociedade crescentemente participativa. A comunicação das autoridades do Rio de Janeiro na guerra contra o tráfico de drogas evidencia um novo paradigma. Como foi o caso da Petrobrás quando tornou pública as tentativas de golpear, artificialmente, a sua imagem-reputação. Esse embate sociedade-mídia vai ser longo. Mas não há democracia sem que os limites e responsabilidades da mídia sejam demarcados claramente. Não se trata de censura, se trata de valores.

Francisco Viana é jornalista, mestre em filosofia política pela PUC-SP, consultor de empresas e autor do livro Hermes, a divina arte da comunicação. É diretor da Consultoria Hermes Comunicação estratégica (e-mail: viana@hermescomunicacao.com.br)

 Artigo sobre comunicação de Francisco Viana acesse a matéria

Severiano - Rio de Janeiro - 3 de dezembro de 2010


Se fosse em Fortaleza estaria lá. 

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Mário Lago - 26 de novembro de 1911

 Hoje Mário Lago faria 99 anos. Nossa homenagem ao ator, militante, músico com uma composição sua gravada por Eduardo Dusek, escrita num bom e claro português.





Caluda, tamborins - (Mário Lago)

Caluda, tamborins, caluda!
Um biltre meu amor arrebatou.
No paroxismo da paixão ignota
Supu-la um querubim, não era assim.
Caluda, tamborins, caluda...
Soai plangentemente, ai de mim.
Vimo-nos num ror de gente
E, sub-repticiamente,
O olhar seu me dardejou.
Cáspite, por suas nédias madeixas
Que suaves endechas
Em pré-delíquio o pobre peito meu trinou.
Fomo-nos de plaga em plaga,
Pedi-lhe a mão catita,
Em ais de êxtase m'a deu.
E o dealbar de um amor
Em sua pulcra mirada resplandeceu, olarila!
Férula, ignara sorte
Solerte a garra adunca
Em minha vida estendeu!
Trêfaga ia a minha natércia,
Surge o biltre do demo,
Rendida à sua parlanda, ela se escafedeu.
Vórtice no imo trago.
São gritos avernais
Que no atro ódio exclamei.
Falena sou, desalada...
Ó numes ouvi-me: aqui del-rey!

"foras de ordem" em passeata no Mackenzie

Matéria de Pedro Alexandre Sanches, publicada 
 
 
 
Em passeata no Mackenzie, “foras-da-ordem” pedem o direito de existir
 


Acostumada a 14 anos de disputa entre festa e militância nas chamadas paradas gays de São Paulo, a comunidade LGBT local teve de se deparar com o novo e com o inesperado no final da tarde de ontem. Começou como uma manifestação aparentemente espontânea e sem direção, convocada via internet por estudantes de várias faculdades da capital, que gritava palavras de ordem contra a homofobia em frente aos portões da Universidade Presbiteriana Mackenzie, na confluência histórica entre as ruas Itambé e Maria Antônia.

Algumas poucas drag queens faziam o corriqueiro para arrancar os risos e a atenção do público, mas esse não era o dia delas, nem de garotos musculosos vestidos (ou despidos) como go-go boys. Como numa conjunção maluca entre paradas de orgulho gay e diversidade sexual, de um lado, e marchas em louvor de Deus e da família, do outro, o álcool e as drogas não protagonizavam nenhuma parte dessa manifestação. Ambulantes não lucravam com a pequena multidão que se aglomerava atrapalhando o trânsito. Não havia bandeiras de partidos políticos. Os slogans eram inventados na hora. Não era domingo nem feriado, era dia de semana, horário de expediente.

Representantes de instituições evangélicas, presbiterianas e um padre católico discursavam no asfalto – CONTRA a homofobia. O microfone, de baixa potência, era entregue a quem mais quisesse se pronunciar. Como lembrava alguém, “isto aqui não é uma guerra contra a religião”, mas também “ninguém pode dizer que alguém não deve existir”.

Nós, manifestantes, tínhamos de aprender que o inimigo era um sentimento, uma fobia, e não um grupo religioso, uma escola conservadora, um partido de direita ou um preconceito que os outros possuem, mas nós não possuímos. Acostumada com a própria máscara, a mais espalhafatosa das drags ia aos poucos percebendo que algo estava fora da ordem naquela falta de ordem – e, como quem não quer nada, ensaiava cobrir a peruca platinada de Marilyn Monroe por baixo de uma bandeira do arco-íris.

Desguarnecidos de anestésicos como batidas tecno e substâncias químicas, os manifestantes em marcha desordenada se deparavam com a hostilidade aberta vinda de trás das paredes dos prédios da Maria Antônia. Ovos “caíam” das janelas, rapazes sem camisa gritavam “sai da minha rua!” protegidos por gestos obscenos. Desacostumados com o confronto direto, alguns manifestantes respondiam às provocações com provocações, evidenciando que o monstro de mil caras da incompreensão mora dos dois lados do muro.

A propósito de muros, o Mackenzie cerrou seus portões enquanto a manifestação progredia. Em imagem muito simbólica, ali ninguém entrava, dali ninguém saía. Gente de dentro e gente de fora se observava mutuamente, como se bichos de zoológico fossem os que estavam do outro lado das grades. Alunos da escola se enfileiravam quase em cima do muro (mas do lado de dentro) para ver a banda passar. Uma garota de dentro acenava e mandava beijos para um amigo do lado de fora. Desgovernada, a marcha se arrastava que nem cobra pelo chão, Itambé, Maria Antônia, Caio Prado, Augusta acima, Paulista abaixo, até quase o Paraíso.
Na rua Augusta, a dragreapareceu após demorado sumiço – surgiu na sacada de uma janela, rodando uma sombrinha de frevo com as cores do arco-íris, como se reconhecesse, agora sim, a linguagem de parada a que se habituou. “Isso é que é parada!”, a pequena multidão gritava em coro, confundindo passeata com parada, mas explicitando enfim a insatisfação e a discordância com os rumos que vinham sendo tomados até aqui.

Poucos negros marchavam nessa louca subversão de “tradição, família e propriedade” – tradição gay, família lésbica, propriedade transexual, heterossexuais permitidos e bem-vindos à nova casa santa. Um dos poucos negros, muito jovem, lançou-se à passeata em plena avenida Paulista, hostilizando, solitário e talvez algo suicida, a multidão que queria o contrário do que ele queria.

Foi cercado e logo apelidado de “homofóbico” por quem talvez acalente silenciosa e intimamente seus próprios sentimentos racistas, misóginos, talvez até homofóbicos. Poderia ter sido agredido, como foram os jovens homossexuais outro dia mesmo, naquele mesmo cenário. A Polícia Militar interveio, imobilizando um rapaz negro, como sempre costuma fazer – mas ao mesmo tempo imobilizando um jovem (talvez) homofóbico, como raramente costuma fazer. O conflito foi abortado, aparentemente sem violência – de modo geral, a PM e seus soldados armados, amados ou não, tiveram desempenho exemplar em garantir a ordem e a paz de um ato que era e/ou devia ser antiviolência, antiplayboys atiradores de ovos, antimáfias “douradas”.

O mote central, evidentemente, era a liberdade sexual. Mas subjacente a ele – debaixo das bombas, das bandeiras, das botas, das rosas, dos jardins, da lama e da cama –, estava outra reivindicação, até mais elementar, e bem vocalizada pelo estudante anônimo que afirmou que “ninguém pode dizer que alguém não deve existir”. Em tempo de ataques homofóbicos, ameaças xenófobas antinordestinos e muxoxos misóginos, os estudantes e seus seguidores queriam ser o antídoto. E descortinavam, em meio ao caos aparente, o lado mais bonito de São Paulo, aquele que a cidade hesita e demora, mas sempre acaba por desnudar. Muito jovens e ainda ensaiando colocar a boca no megafone, os convocadores da passeata pediam o mero e cândido direito de existir, só.

Embora chicos, caetanos, gilbertos e vandrés reverberassem pela passeata sem música, eram outros versos que não saíam um minuto sequer do ouvido interno deste manifestante. Foram proferidos há 25 anos pela hoje deputada Leci Brandão, mãe simbólica de moços como Mano Brown, Netinho de Paula, Seu Jorge, Mariana Aydar, Rappin’ Hood e Emicida e, ela própria, uma confluência de identidades de raça, gênero e sexualidade.

Dizem o seguinte:
“No serviço de alto-falante/ no morro do Pau da Bandeira/ quem avisa é o Zé do Caroço/ amanhã vai fazer alvoroço/ alertando a favela inteira/ ah, como eu queria que fosse em Mangueira/ que existisse outro Zé do Caroço/ pra dizer duma vez pra esse moço/ carnaval não é esse colosso/ nossa escola é raiz, é madeira/ mas é no morro do do Pau da Bandeira/ de uma Vila Isabel verdadeira/ que o Zé do Caroço trabalha/ que o Zé do Caroço batalha/ e que malha o preço da feira/ e na hora que a televisão brasileira/ distrai toda gente com sua novela/ é que o Zé põe a boca no mundo/ é que faz um discurso profundo/ ele quer ver o bem da favela/ está nascendo um novo líder/ no morro do Pau da Bandeira”.

Pro Mateus e pro Bruno





essa é do André Dahmer do  http://www.malvados.com.br/ é também autor do livro abaixo.




quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Água, dona da vida

"E não é que ele topou , o Chico ! "

"Eu lia nos jornais sobre as chuvas no Nordeste, sobre os desabrigados, aos que perderam toda a lavoura, suas casas, seus sonhos e esperanças. A sugestão, uma idéia antiga minha, era usar as agências de um grande banco, espalhadas por todo o Brasil, como ponto de vendas de discos. Nesse caso, não um disco qualquer, mas um disco muito especial.
“Se os caras lá fora compuseram e gravaram “We are the world”, porque não nós aqui ?”
“Legal !”, disseram os músicos da nova diretoria (do sindicato dos músicos do RJ), “mas quem vai amarrar o guizo no rabo do gato ?” “É ...Quem toca o projeto?”, questionaram em uníssono. “Vou ligar pro Chico Buarque”, falei. Como diz Paulinho da Viola, fez-se “uma pausa de mil compassos”. “Será que ele vai querer ajudar?”, indagaram. “Vou ligar e tentar”, sentenciei.
E não é que ele topou, o Chico !
Uma semana depois, casa do Chico: “É do gabinete do Presidente da Caixa Econômica Federal ? Por favor, eu poderia falar com o Marcos? É, Marcos Freire, o Presidente da Caixa...Diga que é o Chico Buarque”. Fumando sem parar e andando de um lado para o outro enquanto falava ao telefone, Chico me olha...às vezes. “Marcos, tudo bem ? Olha, tem uma idéia aqui que me parece um ovo de Colombo... Então tá, depois de amanhã você vem ao Rio e a gente se encontra aqui em casa. Vou ver se o Gil e o Caetano também vêm...”
“Gil, É o Chico...” “Caetano, É o Chico...” Fagner, É o Chico...” Foi assim, disparando telefonemas, que Chico Buarque montou o grupo que compôs “Chega de Mágoa”. Mais de 150 nomes da MPB gravaram-na, assim como, também, “Seca D’Água”, de Patativa do Assaré. A tiragem de quinhentas mil cópias numeradas do disco foi vendida nas agências da Caixa Econômica Federal, em todo o Brasil, em apenas duas semanas. Vale dizer que a venda se deu em dez dias úteis e apenas durante o expediente bancário."
do livro “O Gogó de Aquiles” de Aquiles Rique Reis, Ed. Girafa, SP, 1ª ed. 2004

Músicos participantes do projeto:

 Aizik, Alceu, Alceu Valença, Alcione, Alves, Amelinha, Antônio Carlos, Aquiles (MPB-4), Baby Consuelo, Bebeto, Belchior, Beth Carvalho, Bussler, Caetano Veloso, Camarão, Carlinhos Vergueiro, Carlão, Celso Fonseca, Charlot, Chico Buarque, Cláudio Nucci, Cristina, Cristovam Bastos, Dadi, Daltro de Almeida, Dinorah (as gatas), Dorinha Tapajós, Dori Caymmi, Ednardo, Edu, Edu Lobo, Eduardo Dusek, Elba Ramalho, Elifas Andreato, Elisete Cardoso, Elza Soares, Emilinha Borba, Eunydice, Erasmo Carlos, Fafá de Belém, Faini, Fátima Guedes, Fernando Brant, Gal Costa, George Israel, Geraldo Azevedo, Gereba, Gilberto Gil, Golden Boys, Gonzaguinha, Guilherme Arantes, Ivan Lins, Jamil, Jacques Morelembaum, Joana, João Mário Linhares, João do Vale, José Luiz, Joyce, Kleiton e Kledir, Kid Vinil, Lana, Leoni, Leo Jaime, Lúcio Alves, Luiz Avellar, Luiz Carlos, Luiz Carlos da Vila, Luiz Duarte, Luiz Gonzaga, Luiz Melodia, Lulu Santos, Magro (MPB-4), Malard, Manassés, Maria Bethânia, Marina, Marlene, Martinho da Vila, Marçal, Maurício Tapajós, Mauro Duarte, Mazola, Miguel Denilson, Mirabô, Miltinho (MPB-4), Milton Banana, Milton Nascimento, Milton Araújo, Miúcha, Moraes Moreira, Olívia Byington, Olívia Hime, O Quarteto, Paulinho da Viola, Patativa do Assaré, Paula Toller, Pareschi, Penteado, Perrotta, Perrottão, Pepeu Gomes, Raimundo Fagner, Rafael Rabello, Reinaldo Arias, Ricardo Magno, Rita Lee, Roberto de Carvalho, Roberto Carlos, Roberto Ribeiro, Roberto Teixeira, Rosane Guedes, Roger (Ultraje a Rigor), Rosemary, Rubão, Rui (MPB-4), Sandra de Sá, Sérgio Ricardo, Simone, Sílvio Cézar, Sueli Costa, Stephani, Tânia Alves, Tavito, Teo Lima, Telma, Telma Costa, Terezinha de Jesus, Tim Maia, Tom Jobim, Tunai, Verônica Sabino, Vilma Nascimento, Virgílio, Yura, Wagner Tiso, Walter, Zenilda, Zé da Flauta, Zé Ramalho, Zé Renato, Zizi Possi. 


Abaixo o vídeo oficial do compacto simples gravado em 1985.





 A capa é do Elifas Andreato





CHEGA DE MÁGOA
(criação coletiva)


(MILTON)
Nós não vamos nos dispersar
Juntos é tão bom saber
Que passado o tormento
Será nosso esse chão
(DJAVAN)
Água, dona da vida
Ouve essa prece tão comovida
(RITA LEE)
Chega
Brinca na fonte
Desce do monte
Vem como amiga
(CORO)
Te quero água de beber, um copo d’água
Marola mansa da maré
Mulher amada
Te quero orvalho toda manhã
(GAL)
Terra, olha essa terra
Raça valente, gente sofrida
(GONZAGUINHA)
Chama,
(ELBA)
Tem que ter feira,
(GONZAGUINHA)
Tem que ter festa,
(GONZAGUINHA E ELBA)
Vamos pra vida
(CHICO)
Te quero terra pra plantar,
(CHICO E FAFÁ)
Te quero verde
(CAETANO)
Te quero casa pra morar,
(CAETANO E SIMONE)
Te quero rede
(PAULA TOLLER E ROGER)
Depois da chuva o sol da manhã
(MARIA BETHÂNIA)
Chega de mágoa,
Chega de tanto penar
(CORO)
Canto, o nosso canto,
Joga no vento
Uma semente, gente
Olha essa gente
(ELISETE CARDOSO)
Te quero água de beber
Um copo d’água
Marola mansa da maré
Mulher amada
(GILBERTO GIL)
Te quero terra pra plantar
Te quero verde
Te quero casa pra morar
Te quero rede
(ELISETE CARDOSO)
Depois da chuva o sol da manhã
(CORO)
Canto e o nosso canto
Joga no tempo uma semente
(CORO)
Gente
(ROBERTO CARLOS)
Quero te ver crescer bonita
(CORO)
Olha essa gente
(ERASMO CARLOS)
Quero te ver crescer feliz
(CORO)
Olha essa gente
(ROBERTO E ERASMO)
Olha essa terra, olha essa gente
(CORO)
Olha essa gente
(ROBERTO CARLOS)
Gente pra ser feliz, feliz
(CORO COM TIM MAIA)
Te quero água de beber
Um copo d’água
Marola mansa da maré
Mulher amada
Te quero terra pra plantar
Te quero verde
Te quero casa pra morar
Te quero rede
Depois da chuva o sol da manhã
( FAGNER )
Chega de mágoa
Chega de tanto penar.

Elifas Andreato - "pintor de música" (12)


Capa do disco Nordeste Já, pelo artista Elifas Andreato.

Elifas Andreato - "pintor de música" (11)



Capa do disco Martinho de Martinho da Vila pelo artista Elifas Andreato

Elifas Andreato - "pintor de música" (10)

Capa do CD Água de minha sede de Zeca Pagodinho pelo artista Elifas Andreato



 

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Carlos Imperial - 24 de novembro de 1935


Carlos Imperial, atorcineastaapresentador de televisão,compositor e produtor musical brasileiro. Uma biografia sobre Carlos é "Dez! Nota Dez!: Eu sou Carlos Imperial de Denilson Monteiro, da editora Matrix.
A música "Você passa e eu acho graça" é de Ataulfo Alves e Carlos Imperial.





Você Passa, Eu Acho Graça

(Ataulfo Alves e Carlos Imperial)

Quis você pra meu amor 
E você não entendeu 
Quis fazer você a flor 
De um jardim somente meu 
Quis lhe dar toda ternura 
Que havia dentro de mim 
Você foi a criatura 
que me fez tão triste assim 

Ah, e agora, você passa, 
eu acho graça 
Nessa vida tudo passa 
E você também passou 
Entre as flores, você era a mais bela 
Minha rosa amarela 
Que desfolhou, perdeu a cor 

Tanta volta o mundo dá 
Nesse mundo eu já rodei 
Voltei ao mesmo lugar 
Onde um dia eu encontrei 
Minha musa, minha lira, 
minha doce inspiração 
Seu amor foi a mentira 
Que quebrou meu violão 

Ah, e agora, você passa, 
eu acho graça 
Nessa vida tudo passa 
E você também passou 
Entre as flores, você era a mais bela 
Minha rosa amarela 
Que desfolhou, perdeu a cor 

Seu jogo é carta marcada 
Me enganei, nem sei porquê 
Sem saber que eu era nada 
Fiz meu tudo de você 
Pra você fui aventura 
Você foi minha ilusão 
Nosso amor foi uma jura 
Que morreu sem oração 

Ah, e agora, você passa, 
eu acho graça 
Nessa vida tudo passa 
E você também passou 
Entre as flores, você era a mais bela 
Minha rosa amarela 
Que desfolhou, perdeu a cor

Blogueiros entrevistam Lula

Atualizado - na integra a entrevista de Lula com blogueiros






Blogueiros brasileiros terão um encontro inédito com o presidente Lula nesta quarta-feira (24/11) no Palácio do Planalto, em Brasília, para uma entrevista coletiva que você poderá acompanhar, ao vivo a partir das 9 horas, aqui no Blog do Planalto. Clique aqui e veja a nossa página especial do encontro. Os nomes dos blogueiros foram escolhidos pela organização do I Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, realizado em São Paulo entre os dias 20 e 22 de agosto.
Na página especial da entrevista, é possível incorporar o vídeo da entrevista em sua página/blog pessoal – basta copiar o código e colar no post desejado. E mais do que apenas acompanhar a entrevista ao vivo, você poderá também enviar sua pergunta pelo twitter, utilizando a hashtag #lulablogs. Acompanhe também pelo nosso perfil no twitter, @blogplanalto.
Estão confirmadas a presença dos seguintes blogueiros: Altamiro Borges (Blog do Miro), Altino Machado (Blog do Altino), Conceição Lemes (Vi o Mundo), William Barros (Cloaca News), Eduardo Guimarães (Cidadania), Leandro Fortes (Brasília, Eu Vi), Pierre Lucena (Acerto de Contas), Renato Rovai (Blog do Rovai), Rodrigo Vianna (Escrevinhador) e Túlio Vianna (Blog do Túlio Vianna).

domingo, 21 de novembro de 2010

Pato Fu - Live And Let Die

Nossa homenagem ao Paul.
"Desculpa Paul, mas a versão do Pato Fu pra Live and Let Die é insuperável ( Bruno Perdigão)"



Live And Let Die 
Songwriters: Mccartney, Linda; Mccartney, Paul;

When you were young and your heart was an open book
You used to say life and let life
(you know you did, you know you did you know you did)
But in this ever changing world in which we live in
Makes you give in and cry
Say live and let die
Live and let die
Live and let die
Live and let die

What does it matter to ya
When you got a job to do
You gotta do it well
You gotta give the other fellow hell

When you were young and your heart was an open book
You used to say life and let life
(you know you did, you know you did you know you did)
But in this ever changing world in which we live in
Makes you give in and cry


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Porque hoje é sexta vamos de Aniceto do Império

Sexta-feira com Aniceto do Império pra começar bem a semana.O Império é o Serrrano.

Silvio Rodríguez

 
Do portal  CubaSí.cu


Silvio Rodríguez: «Ninguna trasnacional ganaría un centavo por premiar mi música» 


15/11/2010
Silvio Rodríguez habla de su experienciaPor Elizabeth López Corzo/Cubasí
A propósito de los recién concluidos premios Grammy 2010, Cubasí entrevistó al cantautor cubano Silvio Rodríguez. Aquí les dejamos a los lectores su opinión sobre ese concurso y otros proyectos que ha realizado y propone continuar este poeta de nuestra historia.

- Una vez más, Silvio es nominado al Grammy y no le dan el premio. En una entrevista anterior para Cubasí usted comentaba sobre la comercialización de la música con estos premios y dijo que los laureles le asustaban. ¿No será que su personalidad y el tipo de canción que defiende es lo que asusta al Grammy?
- Esos concursos, como todo el mundo sabe, son promovidos por las disqueras para vender discos. Mi producción discográfica es prácticamente artesanal, lo que pone en claro que ninguna trasnacional ganaría ni un centavo con un premio a mi música. Esa es la razón por la que no he ganado -ni ganaré- un premio de ese tipo en mi vida. En los 80 y los 90, las décadas en que más discos míos se vendieron, España, que era el país de mayores ventas, reportaba 60 mil vendidos por título. En aquellas fechas, en toda Latinoamérica, no se reportaba ni siquiera esa cantidad. O sea, nunca he sido un fenómeno de ventas y no creo que a estas alturas vaya a empezar a serlo.
- Mucha gente se conmovió con el concierto que dio recientemente en el barrio de La Corbata. ¿Piensa seguir haciendo este tipo de recitales? Y en cuanto al proyecto «Expedición» por las prisiones de Cuba, ¿cuánto influyó eso en usted como artista y ciudadano?
- En diciembre haremos otros dos conciertos en barrios parecidos a La Corbata y durante el próximo año continuaremos haciéndolos. Cuando existía la Nueva Trova como organización, alrededor de los festivales, que eran anuales, íbamos a cantar a todas partes, incluso a las prisiones. Entonces varios de nosotros hicimos giras por las cárceles. Este último recorrido que mencionas fue especial, sobre todo porque se divulgó y eso hizo que se creara un ambiente favorable, que influyó en las prisiones. Mi planteo siempre ha sido que hay que sistematizar la visita a los penales porque los que están privados de libertad llegan a pensar que han sido olvidados por el mundo. Que ocurran eventos que vienen «de afuera» influye positivamente en los reclusos y también en los custodios.
- Uno de los últimos post de Segunda Cita, «habiso a todos lo uzuario»,  parece ser una broma. La imagen que mucha gente tiene de Silvio no es precisamente la de un hombre bromista. ¿Qué hace reír a Silvio? ¿Qué lo haría llorar?
- Hay que recordar que yo nací en San Antonio de los Baños, pueblo conocido como «la villa del humor» por la cantidad de humoristas, dibujantes y publicaciones de este tipo que ha dado. En mi pueblo hay un Museo del Humor y todavía se hace allí una Bienal. Por mi parte, a los 15 años ya dibujaba historietas cómicas. El humor es algo que tengo muy arraigado, aun cuando mis bromas no sean comprendidas.
- La  foto del perfil del blog (si no me equivoco) es una imagen que corresponde al documental Hombres sobre cubierta, un filme que es un  canto a la amistad, ¿es Silvio un hombre de amigos? ¿Qué necesita para considerar a alguien como tal?
- Pues no: la foto del perfil del blog es en la cabina de un avión que estaba pilotando, o más bien que hacía como que pilotaba. Lo que sí es cierto es que el piloto del avión era mi amigo, o al menos me quería, porque hay que tenerme aprecio para darme el timón de una aeronave. Ahí mismo, en el blog, dije que respecto a los amigos prefería repetir algo que una vez le escuché decir a Fidel: amigos son aquellos que me soportan. Ejemplo, el piloto de aquel avión.
- Silvio es, aunque no se lo proponga, un líder de opinión, ¿reconoce su responsabilidad como tal?
- Tomándolo como tú lo tomas, yo diría que tú también lo eres, y puede que hasta más que yo. Todo el que puede publicar una página o pronunciarse ante un micrófono, puede llegar a formar opiniones.
- ¿Qué opinión tiene de las declaraciones que dio Silvito en Miami y sobre la manipulación que intentaron los medios por la visita de Silvito y Los Aldeanos a esa ciudad?
- No es la primera vez que tratan de manipularlos. Por eso cuando se bajaron del avión, lo primero que aclararon fue que iban a cantarle a todos los cubanos, no solo al exilio. Y respecto a Silvio Liam, dijo la verdad cuando afirmó que lo apoyaba.
- ¿Qué sigue inspirando a Silvio Rodríguez a escribir canciones?
- No sé lo que me inspira las canciones, pero no es una sola cosa. Ellas tienen su vida propia, son improgramables. A veces uno puede imaginar que va a cantar sobre algo, pero la canción no aparece hasta que puede ser ella misma.
- Si algún día se alcanzara ese mundo utópico y mejor que deseamos, ¿a qué le cantaríamos?
- A las puestas de sol, al beso que nos dieron, a la muerte, a la vida, a las ganas o a las desganas de cualquier cosa, a las contradicciones, porque mientras haya gente, habrá contradicciones, de eso no hay dudas.
- ¿Qué cosas le faltan por hacer y qué le gustaría no perderse? ¿Qué no haría nunca?
- No me gustaría perderme el día en que haya Internet en las escuelas y en los parques de mi país… Conste que ya la hay, según me han dicho, en el Instituto Superior de Arte… Y sobre lo que no haría nunca, no sabría decir… Supongo que nunca viviré eternamente…
- ¿Qué escritores sigue Silvio? ¿Qué música escucha? ¿Cuáles son sus películas favoritas?
- He seguido con saña a Edgar Allan Poe, a Horacio Quiroga, a Gabriel García Márquez y a unos cuantos más… En la música me he ido ampliando, sobre todo en cuanto a comprensión. Escucho más o menos lo mismo que hace 40 años, pero ahora lo entiendo diferente. Quién sabe si uno no debería escuchar más que unos pocos autores. Mis películas favoritas son las imaginativas.

De noite na cama - Grupo Academia

O grupo Academia é um dos "decanos" do Samba em Fortaleza: Alfredo(voz e violão), Demétrio (tamborim e voz), Fabinho (Cavaquinho, flauta e voz), Fernando (pandeiro) Kennedy(Surdo) e Neimar (Cavado e violão sete cordas).

Bom gosto musical aliado a um bom repertório. Acompanho o grupo desde seu início. É muito bom. E a boa nova é que estão prestes a lançar CD.
O grupo se apresenta aos sábados no Buoni Amici's, http://www.buoniamicis.com.br/  que se auto intitula "A melhor pizza do Brasil".

Aqui neste  vídeo (de Mariana Vale) apresentação na "Oktoberfest" realizada em novembro na cidade de Guaramiranga.
Existem no Brasil "Oktoberfest" no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Ceará.
Agora,"Oktoberfest", no Ceará, é muita criatividade, originalidade ou puro marketing.
Essa citação eu tirei da Wikipedia sobre a festa no Ceará:

"A mistura da cultura alemã com a cearense faz com que a festa seja ainda mais animada. A maior Oktoberfest do nordeste surgiu no ano de 2009 com uma estimativa de no mínimo 20.000 pessoas, e no ano de 2010 comemora sua segunda edição, que ocorre nos dias 12, 13 e 14 de novembro. O Slogan desse ano é "Uma festa alemã com sotaque cearense", remetendo a fusão das culturas."

Fiquemos com o Academia. A música é "De noite na cama"(Caetano Veloso)






De Noite na Cama - (Caetano Veloso)

De noite na cama, eu fico pensando
Se você me ama ... E quando
Se você me ama, eu fico pensando
De noite na cama ... E quando
De dia eu faço graça
Pra não dar bandeira
Não deixo você ver
De dia o tempo passa como brincadeira
Por longe de você
Por onde você mora
Para e se demora
Por hora não vou ter
Coragem de dizer
Mas há de ver a hora
... Se você for embora
Agora
De noite na cama, eu fico pensando
Se você me ama e quando
Se você me ama, eu fico pensando
De noite na cama e quando

Benfica: Chaguinha, Dona Chica e Adufc



Sexta-feira, 12 de novembro de 2010 - aniversários de Paulinho da Viola e João Nogueira. Prá comemorar iniciamos a noitada no Bar do Chaguinha. Como sempre, cerveja gelada, uísque bem serrvido e excelentes comidas. Bom demais a buchada, o carneiro frito, a panelada e a carne de sol com macaxeira. Para além disso temos uma boa "roda de samba e bolero" com o pessoal da casa. Na sexta-feira, o Chaguinha é imperdível. Fica na Padre Francisco Pinto, 144 no Benfica.

Saímos do Chaguinha e a próxima parada foi o Bar e Restaurante Dona Chica ( http://diumtudo-marvioli.blogspot.com/search?q=Dona+chica ). Lá foi samba e dos bons. O grupo comandado por Carlão, com um repertório excelente, fez a festa. Reclamei ao amigo Jeferson que o uísque Teacher's continuava sem ser servido na mesa mas a cerveja estava gelada. A casquinha de pizza estava excelente. Outra boa opção no Benfica. O Dona Chica fica na Av. da Universidade, 2475. Samba as sextas e as quartas chorinho.




Terminei meu tour pelo Benfica no Bar da ADUFC. A ADUFC promove em seu espaço cultural, que chamo de bar, shows de qualidade. Na sexta passada foi a vez de Ana Canário e Edson Távora se apresentarem. Peguei o terço final do show. Muito bom. A Adufc fica na Av. da Universidade, 2346. É meio escondido pois fica nos fundos da associação. Mas é só bater na porta e entrar.
Foi assim no Benfica, numa sexta-feira 12 de novembro de 2010.

PS - o x da macaxeira via Teresa Cristina

Badudé - Fortaleza

Badudé

R. Fonseca Lobo, 100 - Aldeota Fortaleza CE 
Tel: (85) 2672-785

Ontem fui ver e ouvir "Roberto Carlos". Não foi em um navio, com direito a tudo grátis, quando tudo já foi pago.

"Roberto" se apresenta as quintas-feiras, no Badudé, que fica na Fonseca Lobo, 100 - Aldeota - Fortaleza. 
Ele continua arrasando e o público fiel, de meia idade, garantiu o clima. 


Só um deslize."Roberto" ontem cantou Borbulhas de Amor, (de Juan Luís Guerra - em versão de Ferreira Gullar e sucesso de Fagner. 
Aliás, o longevo poeta maranhense foi um dos articuladores de um manifesto pró candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais.

Quanto ao bar, boa caipirinha, uísque bem servido e um fígado acebolado excelente.

Só um reparo.
O atendimento foi de regular a ruim. Talvez porque eu não tenha sido atendido pelo recordista da formula um "Shumacher"
É no Babudé tem "Roberto Carlos" cantando e tem "Shumacher" atendendo.
É um boteco é de responsa, apesar do atendimento.
Vale a pena conferir.