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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Peggy Lee - Fever



"Peggy Lee gravou "Fever na Capitol em 1958, em arranjo de Jack Marshall com acompanhamento de estalos de dedos, de tambores e o famoso Joe Mondragon ao contrabaixo. Essa concepção de acompanhamento extraordinariamente singelo, aliado à interpretação sensual  de Peggy Lee, foi precisamente o que provocou uma incrível tensão de fundo erótico, sem que se pudesse coibir o que estava nas entrelinhas da letra.
 Basta um trecho como este: "Now give me fever/ When we're kissin'/ Fever with that blame in you/ Fever, I'm a fire/ Fever, yeah, I burn for you" ["Dê-me fever quando nos beijamos/ fever com seu calor/fever, sou uma labareda/fever, sis, eu queimo por você"]
in Música com Z, de Zuza Homem de Mello - Editora 34

Alberta Hunter



The great Alberta Hunter, who had a comeback at age 83, singing "Nobody Knows You When You're Down and Out," written originally by Jimmie Cox for Bessie Smith. Alberta had written one of Bessie's great blues songs, "Downhearted Blues."

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O BERÇO DA BOSSA NOVA

Por Flávia Ribeiro

Fotos Eduardo Zappia






Nos fim dos anos 1950 e ao longo dos 1960, quatro bares localizados em uma travessa sem saída na Rua Duvivier, em Copacabana, concentravam shows da nata da então incipiente bossa nova. No Ma Griffe, Little Club, Bacará e Bottle’s Bar apresentaram-se Elis Regina, Nara Leão, Baden Powell, Sérgio Mendes, Leny Andrade e muitos outros. Na época, o lugar era chamado de Beco das Garrafas, pois moradores dos prédios vizinhos lançavam das ditas cujas para acabar com o burburinho provocado pelos assíduos frequentadores. Abandonado por décadas, o local está de volta, depois de um projeto de revitalização capitaneado pela cantora e produtora Amanda Bravo e com investimentos da Heineken.

Filha do músico Durval Ferreira, coautor de clássicos da bossa nova como Estamos Aí e Tristeza de Nós Dois, Amanda decidiu realizar o sonho do pai, morto em 2007, e pôs de pé os planos de transformar o Beco das Garrafas novamente em um lugar relevante para a cena musical carioca. “Aquele foi um ambiente fértil, que ajudou a revolucionar a MPB. Meu pai e um sócio, Sérgio De Martino, tentaram revivê-lo no fim da década de 80, mas a ideia não foi para a frente. Há pouco mais de um ano, liguei para o Sérgio. Transformamos o Bottle’s e o Bacará em um só espaço e abrimos no último réveillon”, conta ela.




Por uma feliz coincidência, a Heineken havia incluído o Rio de Janeiro em sua campanha global, Cities of the World, com lançamento de garrafas comemorativas e investimento em locais icônicos de seis cidades: além da capital fluminense, Nova York, Xangai, Berlim, Amsterdã e Londres. E o Beco das Garrafas foi o grande escolhido na Cidade Maravilhosa para ser o centro do projeto e passou por uma ampla reforma.




“Queremos resgatar a história da bossa nova e o frescor que a musicalidade brasileira possui. Para isso, nada melhor do que o ponto que foi o berço desse estilo musical”, explica Bernardo Spielmann, diretor de marketing da marca e de patrocínios da cervejaria no Brasil. “O Bottle’s Bar, com o Bacará incorporado a ele, e o Little Club passaram por uma reestruturação completa, preservando o formato original. Foram feitas diversas reformas em alvenaria, aprimoramentos no design e na decoração, sempre respeitando sua rica história.”





A reinauguração foi realizada em setembro, com um show em homenagem a Elis Regina. Desde então, há apresentações de terça a sábado, sempre das 18h às 2h. Já passaram por lá, nessa nova fase, nomes como Victor Biglione, Chico Batera, Carol Saboya, Ricardo Silveira e Patrícia Marx, além de novos talentos, como Júlia Vargas e Suricato. Duas vezes por mês, aos sábados, há ainda o Clubinho, às 16h, com espaço para bandas formadas por crianças e cantores mirins. No cardápio, petiscos como aipim frito, pastéis, casquinha de siri, sanduíches e batata frita. Para beber, cerveja, chope e drinks.





“O lugar é tipicamente carioca, no coração de Copacabana. É despojado, pois qualquer um pode frequentá-lo de bermuda e havaianas”, comenta Amanda, garantindo que nenhum vizinho jogou garrafas desde sua reabertura.

Beco das Garrafas, R. Duvivier, 37, Copacabana, Rio de Janeiro. Couvert artístico entre R$30 e R$50. T 21 2543 2962

http://www.azulmagazine.com.br/v1/?p=8678/bottlesbar.com.br

QUANDO A IDADE É UM MERO DETALHE

Por André Barcinski



Um artista pode ser mais produtivo aos 80 anos do que aos 30? O cantor e compositor canadense Leonard Cohen, recentemente octogenário, prova que sim.

Cohen acaba de lançar Popular Problems, seu segundo álbum em dois anos (o terceiro, se contarmos o ao vivo Live in London), e tem feito as turnês mais longas e de maior sucesso da carreira. Conhecido como um perfeccionista, que leva muito tempo para terminar uma música e chega a passar cinco ou até nove anos entre discos, ele está em sua fase mais produtiva.

E pensar que tudo isso aconteceu por necessidade financeira. Em 2004, se aposentou da música para passar o resto de seus dias num monastério budista na Califórnia, quando descobriu que sua agente havia surrupiado todo seu dinheiro. A solução foi voltar à estrada.

Em 2008, Cohen anunciou sua primeira turnê em 15 anos. E uma coisa misteriosa e inexplicável ocorreu: seu público se multiplicou. De repente, ele não estava mais tocando em pequenos teatros, mas em ginásios lotados com 10 ou 15 mil pessoas. Durante sua ausência, novas gerações passaram a conhecer e amar sua música.

A turnê foi um sucesso estrondoso e rendeu o CD e DVD Live in London. E o compositor não saiu mais da estrada. Em 2012, lançou Old Ideas, seu primeiro disco de estúdio em oito anos. Suas turnês ficavam mais longas e os shows, cada vez mais extensos e emocionantes.

Tive a sorte de ver uma de suas apresentações, no Palacio de Deportes, em Madri. Mais de 14 mil pessoas lotavam o lugar. Cohen e banda tocaram por exatas quatro horas, com um intervalo de 15 minutos no meio para todos recobrarem as forças. Um tour de force comovente, em que artista e público mostraram um afeto mútuo que nunca vi em nenhum outro show.

Até o fim de 2014, ele promete divulgar datas de sua próxima turnê mundial. Vamos torcer para que finalmente inclua o Brasil.

http://www.azulmagazine.com.br/v1/?p=8598

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

‘Volte Sempre': atender com discrição e bom humor é o segredo da garçonete do Boteco do Arlindo

Via Mateus Perdigão

Por Wolney Batista

Atender bem é uma vocação e isso a garçonete Leidiane Sousa Alves aprendeu cedo.



A funcionária do Boteco do Arlindo uniu a simpatia com virtudes que desenvolveu enquanto trabalhava com o pai, em um bar próximo à Praça 31 de Março. “Leidi”, como é conhecida pelos frequentadores mais assíduos, é a personagem da segunda reportagem da série “Volte Sempre“.

Um famoso clichê repassado entre comerciantes há muitas décadas garante: cliente tem sempre razão. Certa ou errada, a frase faz parte da “Bíblia” da jovem garçonete. “Quando o cliente diz que a cerveja está muito quente, eu digo para ele que vou procurar uma mais gelada, mesmo que não tenha nenhuma mais gelada”, brinca com o exemplo.

O bom humor é uma das marcas registradas da moça, que está sempre de batom vermelho e coque no cabelo. “Tem um casal que sempre vem na sexta-feira. Quando eu passei dois meses de folga eles ligavam perguntando como eu estava”, relembra a época da reforma do boteco.

Mais velha de quatro irmãos, a jovem de 19 anos divide com a mãe a responsabilidade da renda da casa. “Ou estudava ou trabalhava, mas como eu preciso trabalhar, parei de estudar”. Mesmo com pouca idade, sem o ensino médio completo ou cursos profissionalizantes na área, a jovem conhece os quesitos de um bom garçom.

Segundo ela, a discrição é uma das qualidades mais importantes da profissão. “Nós temos que ficar perto deles [clientes] para caso eles peçam alguma coisa. Mas sem prestar atenção nas conversas”. Outro item fundamental é a empatia. “Para uma pessoa trabalhar em um bar tem que ter muita simpatia e paciência”, completa.

Leidiane
Onde encontrá-la? Boteco do Arlindo (Rua Carlos Gomes, 83 – José Bonifácio)
Quando? De terça-feira a domingo
Que horas? terça a sábado, a partir das 17h; domingo, a partir das 11h

http://tribunadoceara.uol.com.br/diversao/check-in/volte-sempre-atender-com-discricao-e-bom-humor-e-o-segredo-da-garconete-do-boteco-do-arlindo/

Eu não sou Louco (Lupicínio Rodrigues)

Samba de Carnaval de Lupicínio Rodrigues, com Isaurinha Garcia.



Eu não sou Louco (Lupicínio Rodrigues)

Eles me chamam de louco,
Porque eu bebo senhor,
Depois que bebo, saio na rua,
Brigando com meu amor.

Louco não senhor,
Eu não sou louco,
Pois um coração magoado,
Não fala baixo, nem bebe pouco,
Louco não senhor,
Eu não sou louco.

Se eles soubessem a minha situação,
O quanto me custa aturar o meu coração,
Iriam compreender, que eu não sou louco,
Pois um coração magoado,
Não fala baixo, nem bebe pouco....
(bis)

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Damas do Samba Paulista

Damas do samba Paulista - Fabiana Cozza, Adriana Moreira, Tereza Gama.


Adriana Moreira


Ceará (Gabriel Setúbal e Diego Casas) com Pitanga em pé de amora

PITANGA EM PÉ DE AMORA - O grupo é formado por Angelo Ursini na flauta, clarinete, sax e voz; Daniel Altman no violão 7 cordas, guitarra e voz; Diego Casas no violão e voz; Flora Popovic na voz e percussão e Gabriel Setubal na guitarra, trompete, violão e voz.



Ceará (Gabriel Setúbal e Diego Casas)

Eu parto desse chão
Que é parte do que eu fui
E é parte do que eu sou

É que a partir daqui a vida vai ter que melhorar
Eu vou voltar lá pro sertão do Ceará
Com historia pra contar
De amor, de dor
E de obstinação

Eu parto desse chão
No peito um apertão de alegria
Eu penso que a vida é pra se viver com paixão
E a paixão que eu conheço é o Ceará
Minha terra, meu lugar
E a porção maior do que me faz feliz

Juçara Marçal

Por Marcus Vinicius

Melhor disco de 2014 - via APCA.

Encarnado de Juçara Marçal.

A Dora Moreira e Darwin Marinho.

Dia do Samba

Cartazes by Evelyn Ferreira

Samba da Benção

Via Chico Nery



Samba da Benção (Baden e Vinicius)

É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração

Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não

Senão é como amar uma mulher só linda
E daí? Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão

Fazer samba não é contar piada
E quem faz samba assim não é de nada
O bom samba é uma forma de oração

Porque o samba é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança
A tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não

Feito essa gente que anda por aí
Brincando com a vida
Cuidado, companheiro!
A vida é pra valer
E não se engane não, tem uma só
Duas mesmo que é bom
Ninguém vai me dizer que tem
Sem provar muito bem provado
Com certidão passada em cartório do céu
E assinado embaixo: Deus
E com firma reconhecida!
A vida não é brincadeira, amigo
A vida é arte do encontro
Embora haja tanto desencontro pela vida
Há sempre uma mulher à sua espera
Com os olhos cheios de carinho
E as mãos cheias de perdão
Ponha um pouco de amor na sua vida
Como no seu samba

Ponha um pouco de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem um samba, não

Porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração

Eu, por exemplo, o capitão do mato
Vinicius de Moraes
Poeta e diplomata
O branco mais preto do Brasil
Na linha direta de Xangô, saravá!
A bênção, Senhora
A maior ialorixá da Bahia
Terra de Caymmi e João Gilberto
A bênção, Pixinguinha
Tu que choraste na flauta
Todas as minhas mágoas de amor
A bênção, Sinhô, a benção, Cartola
A bênção, Ismael Silva
Sua bênção, Heitor dos Prazeres
A bênção, Nelson Cavaquinho
A bênção, Geraldo Pereira
A bênção, meu bom Cyro Monteiro
Você, sobrinho de Nonô
A bênção, Noel, sua bênção, Ary
A bênção, todos os grandes
Sambistas do Brasil
Branco, preto, mulato
Lindo como a pele macia de Oxum
A bênção, maestro Antonio Carlos Jobim
Parceiro e amigo querido
Que já viajaste tantas canções comigo
E ainda há tantas por viajar
A bênção, Carlinhos Lyra
Parceiro cem por cento
Você que une a ação ao sentimento
E ao pensamento
A bênção, a bênção, Baden Powell
Amigo novo, parceiro novo
Que fizeste este samba comigo
A bênção, amigo
A bênção, maestro Moacir Santos
Não és um só, és tantos como
O meu Brasil de todos os santos
Inclusive meu São Sebastião
Saravá! A bênção, que eu vou partir
Eu vou ter que dizer adeus

Ponha um pouco de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem um samba, não

Porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração